Melhores álbuns que escutei em julho de 2017


Como faço todos os meses, vamos a mais uma lista com os melhores álbuns que escutei no último mês. Os álbuns que escuto, na maioria das vezes, não foram lançados no mês que escuto, não consigo escutar todos os álbuns lançados no mês ou conheço o álbum bem depois dele ter sido lançado. As minhas listas sempre são compostas, em sua maioria, por lançamentos de bandas pouco conhecidas, mas sempre tento trazer alguns nomes mais conhecidos do grande público.


Melhores faixas que escutei em janeiro: "Outlaw" (Angaleena Presley), "Darling" (The Dawn Brothers), "Little Again" (The Secret Sisters), "Playground/Battlefield" (Joseph Hueber), "Honky Tonks and Taverns" (Lillie Mae), "Way Down in My Soul" (Zephaniah Ohora) e "Paper Cowboy" (Margo Price).


Wotson
Em "This Highway", Zephaniah nos presenteia com um Country calcado na sonoridade dominante em Nashville nos anos 60 e início dos 70, o Bakersfield Sound e o Countrypolitan, algo impossível de se imaginar naquela época. Para quem conhece a história da Country Music, sabe que esses estilos eram opostos e disputavam o espaço nas rádios. O Bakersfield Sound era amado pelos tradicionalistas e o Countrypolitan conseguia agradar um público maior, por era considerado um absurdo, uma traição pelos tradicionalistas da época, era o Country pop da época. Hoje o Countrypolitan, assim como o som de Bakersfield, faz parte do underground e a muito tempo caiu nas graças dos tradicionalistas contemporâneos. Quando terminei de escutar "This Highway", foi impossível não comparar esse álbum com "Come Cry with Me" do Daniel Romano. Apesar de amar esse petardo do Daniel Romano, tenho que admitir que o Zephaniah é um vocalista melhor e que sua banda fez um trabalho melhor. Como todos que fizeram essa comparação, espero que o Zephaniah não siga os passos do Daniel, que continue nessa pegada. A voz do Zephaniah é sensacional, as composições são atuais e sua banda é um espetáculo à parte. "This Highway" é totalmente clássico, não existe espaço para modernismos, e já nasceu um clássico moderno do estilo. 


Wotson
Basta escutar os primeiros acordes de "Tennessee River Runs Low" para viciar no álbum. O dueto das duas é impressionante, não existe nada no mundo da música que se iguale ao que essas irmãs fazem"You Don't Own Me Anymore" foi feito para evidenciar a harmonia das irmãs, mas tenho que destacar a ótima instrumentação do álbum. Se você for um ouvinte atencioso, irá perceber influências do Folk, Country, Bluegrass, Jazz, Blues e até Gospel, sendo que muitas vezes essas influências aparecem na mesma faixa. Além do produzir o álbum, a Brandi Carlile escreveu algumas músicas, tocou violão, orgão, harmonium, piano, sintetizador e fez alguns backing vocals. Os gêmeos Phil (cunhado da Brandie) e Tim Hanseroth tambpem foram fundamentais e gravaram quase todos os instrumentos, destaque para o ótimo slide do Tim em "Little Again", minha faixa favorita. Há males que vem para o bem. Agora as irmãs Laura e Lydia estão no caminho certo, encontraram uma madrinha que acredita no potencial das duas e sabe como extrair o melhor delas, e estão na gravadora certa, a New West Records. Agora elas só precisam fazer o que sabem, cantar.

Wotson
Meses atrás escutei uma faixa de "Wrangled" e criei uma enorme resistência para escutar o resto. Quando escutei a faixa "Country" e escutei o rapper Yelawolf, desisti na hora e nem tentei entender o contexto, isso acontece de vez em quando. "Country" é uma paródia do estilo, das tendências do momento, o que inclui o rap. No começo de julho voltei, escutei "Dreams Don't Come True" e o encanto voltou. "Wrangled" é sensacional em todos os sentidos. Boa parte das canções foram escritas pela Angaleena, mas em algumas ela contou com a ajuda da Miranda Lambert, Ashley Monroe, Chris Stapleton, Guy Clark e Wanda Jackson, grandes nomes da Country Music do passado e da atualidade. A voz da Angaleena é perfeita e o álbum não foge em momento nenhum do Country tradicional. Do trio Pistol Annies a Angaleena Presley é a menos conhecida, mas não se enganem, das três ela é a mais talentosa e ainda é um diamante bruto. Se você não acredita em mim, escutei seus dois álbuns.
Wotson
"Stayin' Out Late" é a estreia dos holandeses da The Dawn Brothers, banda que faz uma maravilhosa mistura de Rock, Soul e Americana. Conheci a banda, sem sacanagem, no começo de abril na playlist de músicas virais da Holanda no começo daquele mês. A faixa "Vampire" estava em segundo e me chamou a atenção. Salvei o álbum e só fui escutar no começo de julho. Aperte o play, escute os primeiros acordes de "Darling" e seja transportado para os anos 1960/1970. Em alguns momentos me lembrei da Vintage Trouble e sua mistura de Rock e Soul, mas a The Dawn Brothers vai além, ela traz influências da Americana ("Milk Truck" e "Moon Discovered"), o Country Rock clássico ("Get Down The Road"), um pouco de psicodelia ("The Hunter" e "Chevy Suburban") e muito Rock. É simples, a The Dawn Brothers é simplesmente maravilhosa, não é inovadora, mas faz o som que amamos muito bem e sem soar forçado. O som dos caras é tão atraente que chega a ser excitante.

Wotson
Se você escutou "Lazaretto", último álbum do Jack White e se encantou pela vocalista que divide os vocais com o Jack em "Temporary Ground", você já foi apresentado a Lillie Mae, que também tocava violino e mandolin na The Peacocks, banda de apoio do Jack. Apesar de ser nova e só agora lançar sua estreia, a Lillie Mae é uma artista experiente. Desde os três ela faz shows, já lançou um álbum em 2008 com a banda Jypsi - formada por ela, suas duas irmãs e irmão - e criou uma fama em Nashville. Produzido pelo Jack White, "Forever and Then Some" é uma estreia impressionante. O Country é o estilo dominantes do álbum, mas o Blues e, principalmente, o Bluegrass sempre aparecem nas faixas, fazendo as canções soarem modernas e tradicionais ao mesmo tempo. Faixas como "Over the Hill and Through the Woods" - uma mistura de Outlaw Country, Bluegrass e Swamp Rock - e "Honky Tonks and Taverns" - um Country extremamente tradicional - são totalmente diferentes, um desavisado até pode achar que é outra vocalistas, mas é a Lillie Mae cantando em ambas. Essa mudança de ritmo e estilos que me encantou, nenhuma faixa soa igual. E essa voz? Apaixonante! A Lillie Mae canta maravilhosamente bem, é uma multi-instrumentistas e uma compositora de futuro - ela escreveu todas as canções do álbum, sendo quatro em parceria com sua irmã Scarlett Rische -, ela tem tudo para lançar ótimos álbuns nos próximos anos e se tornar uma estrela dessa nova geração de músicos.

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O Joseph Huber foi um dos fundadores da .357 String Band, uma das bandas mais sensacionais que surgiram nos anos 2000. A banda acabou em 2014, mas a sua influência continua crescendo e seus ex-membros, principalmente o Jayle Orvis e o Joseph Huber, conseguiram criar carreiras solo bem sólidas. Além de ser um multi-instrumentista, Joseph é conhecido por ser um ótimo compositor, um dos mais introspectivos da sua geração, e por sua voz emotiva. É difícil classificar "The Suffering Stage", o Joseph trouxe influências de tudo que classificamos como Roots e conseguiu criar uma maravilhosa coleção de canções, algumas tristes e/ou otimistas, outras extremamente honestas e emotivas, mas todas fantásticas. "The Suffering Stage" não irá te deixar alegre, mas sem dúvidas você ficará feliz quando acabar de escutar ele, ficará feliz por ter escutado um álbum que soa, ao mesmo tempo, contemporâneo e nostálgico, feliz por ter conhecido mais um músico sensacional que, provavelmente, não será lembrado no futuro por seus feitos. 

Wotson
Margo Price comeu o pão que o diabo amassou para ter seu nome reconhecido, mas não se engane, ela não vendeu sua alma para Nashville e por isso sofreu para alcançar seu atual status. A Margo alcançou o sucesso com "Midwest Farmer's Daughter" aos 33 anos por não ter deixado aquilo que acredita de lado e a Country Music agradece por isso. E mais uma vez ela nos impressionou e pegou todos de surpresa com o lançamento do EP "Weakness". A faixa-título é descaradamente honesta, fala da fragilidade do ser humano. "Just Like Love" questiona o que está acontecendo no mundo e fala de nossas brigas internas. "Paper Cowboy" é a obra de arte desse EP, a faixa começa lenta, mas seu ritmo aumenta e se transforma em algo mais psicodélico, uma Country jam impecável da sua banda. "Good Luck" fala sobre um amigo da Margo e Jeremy, seu marido, que eles não viam há muito tempo. Inicialmente a música seria sobre essa pessoa, mas um outro amigo casal, Ben Eyestone, foi diagnosticado com câncer e morreu antes de iniciar sua batalha contra a doença, por isso ela dedica essa música a ele. A Margo Price é uma das melhores coisas que aconteceram na Country Music em muitos anos e é uma obrigação sua escutar a música dela.

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O Pete Schlegel iniciou sua carreira em 2003 com "Strong Stuff" e conseguiu se destacar em seus primeiros álbuns, alguns singles foram para as paradas de sucesso americanas e até europeias. Em 2008 o músico iniciou um hiato que só terminaria em 2014 com o lançamento do álbum "That's What I Believe", que passou desapercebido, o que também aconteceu com "Rusty Ole Halo", lançado em 2016. Se você olhar a capa de "J-Town" com atenção irá notar um selo escrito "Country Advisory: Real Country". Pode parecer um clickbait, mas não é. Em "J-Town" o Country tradicional é explicito e de muita, muita qualidade, é até difícil apontar destaques. Se você está a fim de consumir doses cavalares de Country tradicional, receito que escute "J-Town" imediatamente, isso fará bem aos seus ouvidos.

Wotson
O primeiro álbum da The Drugstore Gypsies, banda formada em 2014, é um disco bastante diversificado por assim dizer. A banda mistura suas influências sulistas - Blackberry SmokeLynyrd SkynyrdThe Allman Brothers Band e The Black Crowes - com gigantes como Led Zeppelin e The Rolling Stones. O som da banda pode ser facilmente classificado como Southern Rock. O disco começa bem com a animada "Drugstore Gypsies" e caminha entre o ritmo das já citadas influências. Destaque para "Black Label Boogie" e "Show Up Show Down". Enquanto ouvia ao álbum consegui perceber as influencias mencionadas e também uma semelhança muito forte ao som de Blackberry Smoke. Em "Kitty Strut Blues", por um instante, achei que fosse uma versão de "The Whipporwill". É um bom disco, com canções muito boas. Apenas sente, abra uma gelada, relaxe e curta o som.
Wotson
Se você é um fã de Blues atento ao que acontece na cena, o nome do Sean Chambers não é uma novidade, muito menos seu enorme talento. "Trouble & Whisley" é o sexto álbum de estúdio do Sean e vai deixar você, conhecendo ou não o guitarristas, de boca aberta. Composto por dez faixas, sete autorais e três covers, "Trouble & Whisley" impressiona pela qualidade da produção assinada pelo Ben Elliott (Eric Clapton, Keith Richards, Billy Gibbons e Leslie West), pela performance da banda como um todo e pela voz do Sean. Para quem curte Blues Rock, "Trouble & Whisley" dificilmente não estará na sua lista de melhores do ano.

Wotson
A Kitchen Dwellers é uma das grandes surpresas que surgiram na cena Bluegrass nos últimos anos. Conheci a banda no começo do ano após assistir alguns vídeos do quarteto no Youtube e foi o suficiente para ficar ansioso para escutar seu segundo álbum de estúdio. Como era de se esperar, "Ghost in the Bottle" não decepcionou. Muito influenciados por bandas de Newgrass como Railroad EarthGreensky Bluegrass, Trampled By Turtles, Infamous Stringdusters, entre outras, o som da Kitchen Dwellers traz influências do Bluegrass, Funk, Rock, Psicodélico, principalmente do Grateful Dead, música Celta e outros tipos de estilos acústicos. Essa é uma daquelas bandas que sempre estão em busca de mais complexidade e de expandir os limites do seu som, então espere ouvir qualquer coisa nas músicas da Kitchen Dwellers. Álbum mais que recomendado para aqueles que curtem jams e canções com influências de diversos estilos.

Wotson
Os irmãos Gibson seguem uma antiga tradição do Bluegrass, a música em família, algo que esses dois fazem com perfeição desde os anos 1980. Esses duetos não são raros no Bluegrass, mas são poucos os que conseguem ser fiéis a tradição criada pelos Stanley Brothers, Jim & Jesse, Osborne Brothers, Louvin Brothers, Delmore Brothers e outros duetos clássicos. A harmonia das vozes e a habilidade nos seus respectivos instrumentos fazem dos irmãos Gibson uma referência na atualidade. Com mais de dez álbuns de estúdio lançados, "In the Ground" é o primeiro álbum do duo 100% autoral. todos os lançamentos anteriores eram compostos por algumas autorais e muitos covers. Em "In the Ground" os irmãos falam de suas origens, da infância na fazenda, da sua família e da região em que foram criados, temas muito comuns no Bluegrass. Apesar dos duetos dos irmãos serem a principal atração, é impossível não elogiar o excelente trabalho deles no banjo e violão, do Rob Ickes no dobro e de toda a banda.  A Gibson Brothers é uma das melhores bandas do estilo, é o tipo de banda que nunca irá te decepcionar. 

Wotson
Conheci o Aaron Vance ano passado e ele continua me surpreendendo. Além de ser um dos únicos negros na Country Music, Aaron nos entrega um Country de excelente qualidade, um que irá agradar facilmente os fãs do Garth Brooks, George Strait e Alan Jackson. Aaron saiu do Mississippi para Nashville e sua vida lá não deve ser nada fácil, além de ser um negros na Country Music, Aaron é um tradicionalista, um apaixonado pelo estilo. A faixa-título é quase um manifesto, nela ele diz que quer fazer a música que ama e que não irá ceder às pressões do mainstream. As críticas ao mainstream não param por aí, em "Where Did Music Row Go Blues" ele crítica o atual estado da cidade, o abandono das suas raízes e diz que "Hank ficaria perdido". Em "Living the Dream" ele fala do sonho que está vivendo, das dificuldades e das pessoas que dão força para ele continuar. É por isso que gosto de me afundar cada dia mais nesse imenso celeiro de talentos que é o underground da Country Music. Se eu vivesse às custas do mainstream nunca iria conhecer ótimos músicos como o Aaron Vance. Amo o que faço.

Wotson
Por diversas vezes já falei do Jake Worthington aqui no site de como conheci ele no The Voice ( ele não foi escolhido na primeira tentativa, voltou um ano depois e terminou em segundo lugar) e que ele é uma das minhas grandes apostas para o futuro. "Hell of a Highway" é seu segundo EP, o primeiro foi lançado em 2015, e a evolução dele é perceptível, o cara está batalhando para conseguir deixar seu nome marcado na Country Music. O EP não tem falhas, é Country tradicional em seu estado mais puro. O nome do Jake Worthington cresce a cada lançamento, aos poucos ele está criando uma base de fãs e não vai demorar muito para alçar voos maiores.

Wotson
A banda espanhola Moonshine Wagon entrou no radar dos fãs brasileiros de Country/Bluegrass em 2016 com a entrada do Bufunfa Nikolaiko (contrabaixo e vocais), que já tocou na Them Old Crap. Tive a oportunidade de assistir o trio ao vivo e não parece que eles estão juntos a tão pouco tempo, a sintonia é visível e não fiquei impressionado com a qualidade das músicas de "Porca Miseria"O álbum é bem curtinho, tem só 27 minutos de duração e 10 canções, todas curtinhas e muito intensas. O álbum é majoritariamente cantado em inglês e contém uma faixa cantada em espanhol, "Porca Miseria", e uma em português, "Eu Não Sei", cantada pelo Bufunfa. Sobre a sonoridade, a Moonshine Wagon faz um Bluegrass rápido e pesado, mas sem se distanciar muito das origens do estilo. Nunca me interessei muito em me aprofundar na cena Country/Bluegrass europeia, mas cada vez que escuto as músicas da Moonshine Wagon, fico com mais vontade de me aventurar na música daquela parte do mundo. 

Wotson
A música sempre esteve presente na vida do Chico Teixeira, o pai dele é o grande Renato Teixeira e ele conviveu com Zé Geraldo, Almir Sater, Sérgio Reis e outros influentes na música sertaneja de raiz. Em seu terceiro álbum de estúdio, Chico mistura diversas influências e cria uma maravilhosa salada cultural, cheia de ritmos característicos do Brasil, principalmente a música sertaneja (não essa pop, a de raiz) e MPB, e um pouco de Folk americano aqui e ali. Assim como seu pai, Chico é um grande compositor e cada canção de "Saturno" prova isso. Tem homenagens ao seu irmão João Lavraz ("Saturno"), que morreu no começo de 2017, e ao compositor Geraldo Roca ("Sogn Swan"), que morreu em 2015; ele fala sobre suas raízes em "A Cara da Gente"; em “A Vida é Feita de Sonhos”, Chico conta com a participação do cantor sertanejo João Carreiro e em "Fique com Deus no Peito" ele divide os vocais com seu pai, dois duetos maravilhosos. Se você gosta de escutar músicas que misturam estilos estrangeiros com ritmos nacionais, com belos vocais, cantadas em português e com boas letras, indico "Saturno" e toda a discografia do Chico Teixeira.

Wotson
Dono de uma discografia de dar inveja em qualquer um - já lançou mais de 20 álbuns de estúdio desde 1973 -, o Tim O'Brien é um dos principais músicos de Bluegrass e Country de todos os tempos. Seu nome não é tão reconhecido, mas a qualidade da sua obra é inquestionável. O cara é um multi-instrumentista, um grande compositor e sua voz é inconfundível. "Where the River Meets the Road" conta com a participação do Chris Stapleton em "High Flying Bird", do Noam Pikelny (banjo), Bryan Sutton (violão), Chris Scruggs (neto do Earl Scruggs - guitarra). "Where the River Meets the Road" é quase uma homenagem aos compositores do seu estado natal, West Virginia. Algumas músicas falam sobre o estado - "When The Mist Clearars Away" e "Windy Mountain" - e nem todas foram compostas por músicos do Bluegrass, "Grandma's Hands" é do Bill Withers, que está Rock and Roll Hall of Fame. Duas canções são de sua autoria, "Guardian Angel", onde o Tim conta como foi o período da sua vida após a morte da sua irmã mais velha, e "Where the River Meets the Road", onde ele conta a história de quando seu bisavô se mudou de Baltimore para West Virginia. "Where the River Meets the Road" é imperdível, mais um álbum para abrilhantar a discografia do Tim O’Brien.
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Dona de uma das discografias mais sensacionais do Bluegrass, a Lonesome River Band está de volta com "Mayhayley's House", seu décimo oitavo álbum de estúdio e o quarto em sequência. O título do álbum é uma homenagem a Mayhayley Lancaster - advogada, ativista política, professora e muitas outras coisas - e é uma compilação de canções de diversos músicos que a banda admira, entre eles Don Williams, Crystal Gayle e Bob Wills & His Texas Playboys. A Lonesome River Band sempre foi sinônimo de Bluegrass tradicional, mas aos poucos a banda tem incorporado alguns instrumentos mais modernos (baixo elétrico, bateria e piano) e se aventurado pelo lado mais progressivo do Bluegrass. Mesmo com a adição de instrumentos mais modernos, a banda liderada pelo excelente banjoísta Sammy Shelor ainda é uma das melhores bandas de Bluegrass de todos os tempos, os caras sabem como agradar gregos e troianos, progressistas e puritanos.

Wotson
Eu costumo dizer que não sei encontrar defeitos em bandas de Bluegrass, o que é uma verdade, mas quando o assunto é bandas de Progressive Bluegrass ou Newgrass, sou bem mais exigente. Essa vertente é composta por bandas que pegam influências de outros estilos e misturam com o Bluegrass, utilizam alguns instrumentos elétricos e gostam muito de improvisar. Muitas bandas extrapolam e trazem influências que não me agrada, principalmente batidas eletrônicas e qualquer coisa relacionada ao Hip Hop, por isso sou bem mais crítico. Mas esse não é o caso da Railroad Earth. Na estrada desde o início dos anos 2000, a Railroad Earth sempre trouxe muitas influências de outros estilos, mas o Bluegrass sempre foi o estilo base para suas canções. A banda está um nível acima da maioria, principalmente por manter sua formação quase intacta desde sua criação, só o baixista Andrew Altman não está na banda desde 2001. Fazer jams para eles é natural, eles tocam juntos a anos e isso é um diferencial, uma boa jam band não surge do dia para a noite, ela é fruto de anos de shows e ensaios. Se você quer começar nesse estilo, indico que escutem "Captain Nowhere" da Railroad Earth.

Outros álbuns

"Let Them Know I'm from Virginia" da Big Country Bluegrass
"Royal Mint" da The Cash Box Kings
"Blues is Calling" do Uirá Cabral
"Lover's Leap" da Darrell Webb Band
"Time and Emotion" do Robin Trower
"In Times Like These" do Rev. Sekou
"Mojoman" do Léo Uoya
"Tudo o que Dissemos que Não Era" da Meio Amargo
"Time to Be With You" da Aaron Woods Band
"So You Wannabe an Outlaw" do Steve Earle
"Live at Carnegie Hall" do Joe Bonamassa
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