Grateful Dead - Os Deadheads


Deadhead ou Dead Head é o nome dado aos fãs do Grateful Dead. Na década de 1970, alguns fãs começaram a viajar para ver a banda em todos os shows e festivais que podiam. Com um número crescente de pessoas seguindo a banda pelos EUA, a comunidade dos Deadheads se desenvolveu. Os Deadheads desenvolveram suas próprias expressões idiomáticas e gírias.

Conheçam um pouco mais desses fãs, seus lados positivos e negativos, no texto abaixo.

Visão geral

Ao final dos anos 1970, alguns Deadheads começaram a diversos acessórios do Grateful Dead nos concertos. Isto permitiu a muitos Deadheads acompanhar a banda em suas turnês. Durante o início dos anos 1980, o número de gravações de shows feitas pelos Deadheads aumentou, e a banda criou uma seção especial para os fãs que queriam registrar os shows. Essas fitas ainda são compartilhados e circulam até hoje, e nunca foram vendidas. A gravação dos shows da banda era de interesse do Grateful Dead, esse foi um meio de divulgação da banda. A prática de gravação continuou na era digital, e o surgimento da Internet fez com que seja extremamente fácil de compartilhar novos shows, assim como os mais velhos. Hoje existem site especializados, LiveDownload, e bandas que seguiram o exemplo do Grateful Dead e disponibilizam gravações em sites oficiais, como: Phish e Widespread Panic.

Origens

O termo apareceu pela primeira vez em versão impressa, com a sugestão de "Hank Harrison", no álbum "Grateful Dead" (também conhecido como Skull and Roses), segundo álbum ao vivo da banda, lançado em 1971 que dizia :

DEAD FREAKS UNITE
Who are you? Where are you? (Quem é você? Onde você está?)
How are you? (Como você está?)
Send us your name and address (Envie-nos seu nome e endereço)
and we'll keep you informed (e vamos mantê-lo informado)
Dead Heads
P.O. Box 1065
San Rafael, California
94901

O termo apareceu pela primeira vez em uma publicação periódica em 1971, quando o critico musical Robert Christgau falou sobre o show que a banda fez no Felt Forum, Madison Square Garden, New York, N.Y.

Eileen Lae, um amigo de longa data da banda, foi colocado no comando da lista de discussão e foi responsável por manter o boletim "Dead Heads" ativo. Estima-se que até o final de 1971, a banda recebeu cerca de 350 cartas, mas este número cresceu muito ao longo dos próximos anos para até 40.000. No total, foram 25 boletins entre outubro 1971 e fevereiro de 1980. Após este tempo, o Almanaque Grateful Dead teria sucesso, mas, eventualmente, foi abandonado pelo Dead.net. Uma das versões do Almanac podem ser conferidas aqui.

Aqueles que receberam o boletim na década de 1970, frequentemente encontraram surpresas agradáveis. Um exemplo é o de maio de 1974, quando os Heads receberam um EP com uma amostra do próximo álbum de Robert Hunter, "Tales of the Great Rum Runners", assim como uma seleção do segundo álbum de Jerry Garcia, "Compliments of Garcia". Esta amostra foi intitulad Anton Round, que foi um apelido usado por Ron Rakow.

A seleção de músicas variadas levou a banda a criar uma "rotação" de músicas, que eram repetidas a cada 3 ou 4 shows. Essa rotatividade criou dois fenômenos. O primeiro foi o desejo dos Deadheads para ouvirem suas músicas, com isso os Deadheads começaram a viajar entre várias cidades em turnê para ver a banda. O segundo fenômeno foi que o grande número de fãs que viajam também permitiu a banda realizar vários shows em um único local e ter a certeza que o os shows estariam lotados. Com o grande número de pessoas assistindo vários shows da banda, uma comunidade se desenvolveu a partir da familiaridade.

Em abril de 1989 houve 55 prisões (principalmente por porte de drogas e perturbação a paz) e encontros violentos com a polícia em dois shows em Pittsburgh; e 70 prisões e relatórios de vandalismo por fãs mortos em três shows em Irvine, Califórnia,. Em outubro de 1989 um estudante universitário morreu após ter quebrado o pescoço, em dezembro daquele ano um fã de 19 anos de idade morreu de overdose de LSD, enquanto estava sob custódia policial, um fã morreu por embriaguez no Fórum LA (a autópsia relatou compressão do pescoço durante contenção, mas a polícia foi inocentada de qualquer irregularidade). Como resultado, o Grateful Dead fez um anúncio público implorando para que os Deadheads agissem com mais responsabilidade.

Deadheads ao longo dos anos

  • 1960 - Antes de o termo foi inventado, o Grateful Dead se tornou uma das primeiras bandas a serem cultuadas na música. Embora não tão mainstream como outras bandas psicodélicas, eles eram os líderes da cena musical Haight-Ashbury e já eram seguidos por muitos fãs. Esse culto se iniciou em San Francisco e se espalhou pelo mundo.
  • 1970 - Essencialmente conhecida como a "segunda geração de Deadheads", o novoS Deadheads deste tempo podem ser atribuídos a "um irmão mais velho, que tinha os transformado com o Europe 72 ou Workingman's Dead" ou através da faculdade e dos quartos do dormitório da universidade.
  • 1980 - O início de 1980 trouxe o que mais tarde se tornaria conhecido como "Shakedown Street" (em referência ao álbum de Grateful Dead do mesmo nome). Os Deadheads começaram a perceber que podiam vender seus produtos (qualquer coisa sobre a banda), a fim de seguir a banda pelo país. Também durante o início dos anos 1980, as gravações feitas pelos Deadheads cresceram exponencialmente. Com o sucesso de seu álbum "In the Dark" (e o single "Touch of Grey"), em 1988 começou o período "Mega-Dead".
  • 1990 - O Deadheads deste tempo "tendem a ser jovens, brancos, do sexo masculino, e de origens de classe média". A banda também tende a atrair um grande percentual de fãs de famílias de alta renda. A atração principal para estes Deadheads viajarem para shows parecia ser o sentido de comunidade e de aventura. Durante meados da década de 90 houve uma série de pequenos "Deadhead Riots", tendo o seu auge no Deer Creek Music Center perto de Indianapolis em Julho de 1995. O motim foi provocado por incidentes e resultou na queda da cerca do local e, posteriormente, o cancelamento do show do dia seguinte. O motim recebeu atenção nacional e foi imortalizado por Keller Williams em sua canção "Gatecrashers Suck", no que ele chama de baderneiros "cock sucking motherfuckers."
  • 21 Century Deadheads - Muitos fãs do Dead de todas as idades continuam a seguir as encarnações da banda e os grupos com músicos do Dead, como: The Donna Jean Godchaux Band, Ratdog, Phil and Friends, 7 Walkers, The Rhythm Devils, The Dead, Furthur, e Dark Star Orchestra.
  • The Spinners - também conhecidos como "A Família", ou Igreja de devoção ilimitada. Essas pessoas "usam as músicas da banda em cultos de adoração e foram uma presença constante nos shows." Eles foram chamados de "spinners" por causa de seu estilo de dança.
  • WharfRats - Deadheads que ajudaram uns aos outros permanecem livres das drogas e álcool durante a sua estada na cena com o Dead.
  • Wooks - o nome da espécie do personagem de Star Wars, Chewbacca, esses fãs são conhecidos por sua aparência, peluda, despenteada e sua dedicação à vida na estrada ou Off-the-grid.
Gravações de shows

Em quase todos os shows do Grateful Dead, era comum ver fãs gravando abertamente as músicas, para que pudessem apreciar depois. Em 1971, Les Kippel, do Brooklyn, NY, começou o primeiro "Free Underground Grateful Dead Tape Exchange". Isto iniciou uma nova era na gravação, coleta e comércio de fitas do Grateful Dead. Muitas vezes referido como "o Napster Original", a troca de conteúdo da banda cresceu e se tornou um movimento internacional que continua até hoje.

O propósito do "Free Underground Grateful Dead Tape Exchange" foi preservar a herança da história do Grateful Dead ao vivo, através da troca de cópias de fitas gravadas a partir do público de seus shows.

O Tape Exchange evoluiu para a Relix Dead, com seus panfletos entregues em shows no ano de 1973, seguido pela primeira edição em 1974. A Relix Dead evoluiu para a Revista Relix e manteve o Grateful Dead no noticiário, enquanto eles levaram um ano de folga em 1975.

Havia outras revistas que surgiram na década de 1970, nomeadamente, "Dead in Words" e "In Concert".

Na década de 1980, depois de ver o crescimento contínuo da Relix Dead, outro negócio tentaram produzir uma série de revistas relacionadas ao Grateful Dead. "Acid", "Dupree's Diamond News", Terrapin Flyer", e "Golden Road" são alguns exemplos dessas revistas.

Nenhuma dessas publicações sobreviveu. A mais longa, "Golden Road" fechou depois de 10 anos.

Toni Brown, que se tornou proprietário e editor da revista Relix em 1980, vendeu a revista para Steve Bernstein em 2000. A Relix Magazine é a segunda revista de rock mais antiga do mundo, publicada sem interrupções, perdendo apenas para a Rolling Stone. A Relix ainda é a única publicação que suporta a herança dos Grateful Dead.

Outro grupo de Deadheads eram os "Wharf Rats". Eles têm o seu nome a partir da música e foram autorizados a criar uma tabela em cada concerto para apoiar os Deadheads, que acreditavam em apreciar o Grateful Dead sóbrios.

Outras facções Deadheads são: "Rainbow Tribe", "Gay Dead Heads" e "Jews for Jerry"

Os fãs também eram conhecidos para gravar o rádio FM transmitidos muitos shows. Garcia olhou gentilmente em círios (ele mesmo tinha sido em vários cross-country caminhadas para gravar música bluegrass antes do Grateful Dead), afirmando que "Há algo a ser dito para ser capaz de gravar uma experiência que você tenha gostado, ou sendo a obtenção uma gravação dela ... a minha responsabilidade com as notas é mais depois que eu joguei eles. " A este respeito, os mortos são considerados por muitos como o primeiro "taper-friendly" da banda [17].

Existem vários sites que fornecem e promovem o acesso legal ás músicas do Grateful Dead. O que eu indico é o Archive.org. Esse player abaixo contém as faixas gravadas na apresentação no Scranton Catholic Youth Center no dia 13 de abril de 1971. As faixas são: "Casey Jones", "Mama Tried", "Loser", "Big Boss Man", "Me And Bobbie McGee", "Bertha", "Cumberland Blues", "Big Railroad Blues", "Playing in the Band", "Hard To Handle", "Sugar Magnolia", "Truckin'", "Drums", "Good Lovin'", "I Second that Emotion", "Greatest Story", "Johnny B. Goode" e "Uncle John's Band".

P.S.: Assim que terminar uma faixa, mude manualmente para a próxima e de play.

Deadheads famosos

As Seguintes celebridades se declararam Deadheads ou os meios de comunicação disseram que são Deadheds:
  • Barack Obama - Presidente dos Estados Unidos da América
  • Larry Page - Sim, o co-fundador do "Pai" Google é um Deadhead. Por isso amo o Google.
  • Alex Allan - Presidente do Joint Intelligence Committee e ex-Alto Comissário britânica para a Austrália.
  • Tony Blair - Ocupou o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido de 2 de maio de 1997 a 27 de junho de 2007, de líder do Partido Trabalhista de 1994 a 2007 e de membro do Parlamento Britânico de 1983 a 2007.
  • Bill Walton - ex-jogador de basquete norte-americano que foi campeão da Temporada da NBA de 1985-86 jogando pelo Boston Celtics. Ele foi a mais de 650 shows do Grateful Dead. No vídeo de "Touch of Grey", o baterista do Grateful Dead, Mickey Hart, está vestindo uma jaqueta do Boston Celtics, que foi dado a ele por Walton. Em 2001, Bill Walton foi introduzido no Grateful Dead Hall of Honor.
  • Phil Jackson - Ex-jogador de basquete estadunidense, que ficou mundialmente famoso como treinador de basquete.
  • Joseph Campbell - Foi um estudioso norte-americano de mitologia e religião comparativa.
  • Tucker Carlson  - Politico norte-americano
  • Pete Carroll - Renomado técnico de futebol americano
  • Bill Clinton - Presidente dos Estados Unidos, por dois mandatos, entre 1993 e 2001.
  • Owen Chamberlain - Foi um físico estadunidense. Dividou o Nobel de Física de 1959 com seu colaborador Emilio Segrè, pela descoberta do antipróton, uma partícula fundamental.
  • Ann Coulter - Uma advogada, jornalista e polemista norte-americana.
  • Walter Cronkite - Foi um famoso jornalista estado-unidense, apresentador durante 19 anos do jornal da noite da rede CBS, nos anos das décadas de 1960 e 1970. Foi amigo pessoal de Mickey Hart.
  • Lila Downs - Cantora mexicana, que abandonou a universidade no final de 1980 e viveu cerca de dois anos na estrada atrás do Grateful Dead.
  • Al Franken - Comediante estadunidense e político, atualmente exercendo o cargo de senador por Minnesota, eleito pelo Partido Democrata.
  • Whoopi Goldberg - Atriz, humorista, cantora e apresentadora americana. É um fã da música do Grateful Dead e amiga pessoal de Mickey Hart.
  • Jerry Greenfield - Co-fundador da Ben & Jerry's Homemade Holdings, Inc.
  • Keith Haring - Foi um artista gráfico e ativista estadunidense.
  • Christopher Kimball - Fundador e editor da Cook's Illustrated.
  • Patrick Leahy - Político americano membro do Partido Democrata, e senador de Vermont desde 1975, atualmente é o segundo senador com maior permanencia no senado.
  • Mike Lookinland - Ator americano
  • Frank Marino - Guitarrista canadense, líder da banda Mahogany Rush.
  • Mark Noworyta - Ex-jogador de hóquei
  • Nancy Pelosi - política dos Estados Unidos da América, membro do Partido Democrata e representante do oitavo distrito de San Francisco, Califórnia na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos da América desde 1987.
  • Henry Rollins - Ex-vocalista da banda Black Flag
  • Greg Ginn - Ex-guitarrista da banda Black Flag
  • William Weld - Ex-Governador de Massachusetts.
Críticas
Eu li algumas críticas aos Deadheads, mas nenhuma como a escrita por Marc Weingarten, intitulada "A Long, Staid Trip - How Deadheads ruined the Grateful Dead".

Baseado em: Deadhead
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